A deficiência mental
Prof. Dr. Hugo Otto Beyer
UFRGS
A definição do conceito de deficiência
• O termo alude a uma situação irreversível do ponto de vista médico. Diferentemente do conceito de doença, em que a situação da pessoa pode ser revertida através de medicação ou tratamento, em regra, na deficiência,o quadro permanece inalterado até o fim da vida da pessoa.
Em outras palavras, enquanto não é possível a alteração estrutural, pode-se melhorar as condições funcionais da pessoa com deficiência, nas áreas social, escolar, afetiva, dentre outras.
Como se define a deficiência mental (DM)?
• Os principais aspectos a serem considerados são os de natureza intelectual, evolutiva e funcional.
• Quanto à inteligência, salienta-se a condição intelectual menos privilegiada. Tradicionalmente, define-se a DM como sudotação intelectual. Porém,tal definição está praticamente ultrapassada.
• Quanto às condições de desenvolvimento, verifica-se um ritmo mais lento no desenvolvimento e um alcance parcial da maturidade humana.
Quanto ao aspecto funcional, as pessoas com DM hoje têm acesso à escola especial ou regular e algumas delas têm encontrado lugar no mercado de trabalho. A sua independência, porém, ainda é relativa e supervisionada.
E a sindrome de Down?
• A síndrome de Down é uma condição orgânica decorrente da aproximação de um cromossomo extra no par de cromossomos 21, por ocasião da união do óvulo e do espermatozóide. Por isto, esta síndrome é também conhecida como trissomia (isto é, três) do par 21.
• Como o cromossomo 21 extra se encontra nas células de toda criança
com síndrome de Down, ele exerce uma influência na formação do corpo em todas essas crianças de forma semelhante. Assim, elas apresentam muitas características em comum e se parecem um pouco entre si.
Como principais características físicas estão: a cabeça um pouco menor, o rosto com um contorno ovalado, os olhos levemente puxados, o pescoço mais grosso. Salienta-se a hipotonia ou fraqueza muscular, por exemplo, na língua e no coração.
A estimulação precoce com o bebê com síndrome de Down
• É importante destacar neste momento que é falso o retrato
estereotipado da pessoa com síndrome de Down como alguém severamente
deficiente mentalmente e fisicamente.
• Os profissionais e os pais devem trabalhar para dissipar este quadro
falso.
• A literatura e as experiências já realizadas com crianças com esta síndrome indicam que suas limitações físicas e intelectuais podem ser modificadas por meio do manejo competente e da intervenção precoce.
A intervenção precoce pode focalizar a melhoria do desenvolvimento sensório-motor e social do bebê. Também influencia processos mais complexos de aprendizagem.
• Se na criança dita normal a aprendizagem das atividades motoras requer uma boa parcela de prática e experiências, mais aplicação será necessária para uma criança com síndrome de Down.
• Esta criança tem que ultrapassar um grande número de obstáculos que desaceleram o ritmo de sua aquisição de habilidades motoras.
• Por exemplo, a fraqueza muscular e o tônus muscular pobre ou hipotonia dificultam o uso dos membros e do tronco para a criança com esta síndrome.
Devido ao processamento mais lento de informações, pode demorar mais para se obter sinais de curiosidade e iniciativa. Entretanto, com ajuda adequada, a aprendizagem ocorre de fato, embora em ritmo mais lento.
Os anos pré-escolares da criança com síndrome de Down
• Ela pode aprender muito na pré-escola. Assim como as crianças ditas normais apresentam talentos variados, as crianças entre 3 e 5 anos com síndrome de Down apresentam uma larga abrangência de desenvolvimento, por exemplo,nas habilidades da vida diária, na coordenação motora grossa e fina e na convivência social.
• A pré-escola é o contexto ideal para sua integração na rede comum de ensino, sendo que a maior vantagem está na exposição precoce à linguagem das outras crianças.
É importante que haja interação freqüente entre os educadores e os pais.
A participação dos pais é bem vinda e deve ser encorajada, já que auxilia na transferência das aprendizagens realizadas na escola para o lar.
Os anos escolares e o aluno com síndrome de Down
• Para surpresa de muitos pais, a maioria das crianças com síndrome de Down se adaptam bem à escola, sem maiores problemas.
• A questão da adaptação pode ser feita da seguinte maneira: “A escola está pronta para receber essas crianças?”
• Como muitas das funções de desenvolvimento e aprendizagem esperadas da criança dita normal não são observadas em crianças com síndrome de Down, será preciso que o programa educacional escolar seja adaptado às suas habilidades e necessidades especiais.
É importante que as situações de aprendizagem na escola desenvolvam nessas crianças uma sensação de identidade pessoal, auto-estima e respeito.
• Alguns pais pensam que a escola deve ensinar apenas a leitura, a escrita e a matemática. Embora haja a necessidade dos conteúdos acadêmicos
básicos para as crianças com síndrome de Down, um bom programa educacional deve prepará-las para todas as áreas da vida.
• É importante que elas sejam colocadas em uma situação onde consigam um desempenho escolar. Cada criança tem seu próprio potencial que
deve ser explorado, avaliado e depois desafiado. As crianças se sentem bem com o bom desempenho escolar. Aumenta sua auto-estima e as motiva para novas aprendizagens.
É muito importante que as crianças com síndrome de Down tenham em seus professores uma parceria positiva que as estimule, fortalecendo sua motivação escolar e interferindo positivamente no seu processo de aprendizagem.
• Como o maior objetivo para qualquer pessoa com deficiência, dentre elas a pessoa com síndrome de Down, é uma gradual e crescente autonomia, é importante que o aluno com síndrome de Down seja educado no contexto da escola regular. A integração nesta escola lhe oferece a oportunidade de aprender a interagir com todas as pessoas (com e sem deficiência) e atuar no mundo.
• A integração escolar requer alguns procedimentos de natureza pedagógica:
a) adaptação curricular de pequeno e grande porte;
b) didática apropriada ao aluno com esta síndrome, isto é, aprendizagem do concreto ao abstrato, ritmo apropriado no ensino e repetição de conteúdos;
c) currículo que contemple temas acadêmicos e funcionais;
d) terminalidade diferenciada, quando for o caso.
O porque da educação da criança com síndrome de Down
• A principal finalidade da educação da infância à adolescência é a de preparar os indivíduos para serem eficazes e bem-sucedidos na vida adulta.
Assim, a boa educação oferece uma combinação de habilidades básicas e especializadas.
• Para proporcionar este tipo de educação para crianças com síndrome de Down, os educadores devem conhecer os desafios e problemas que essas crianças enfrentam, e como se responde melhor a tais desafios.
• O que favorece a qualidade de vida na sociedade adulta?
Os pais de crianças com síndrome de Down estão evidentemente preocupados com o futuro de seus filhos.
• Os seguintes objetivos resumem aquilo que os pais desejam na educação de seus filhos:
a) que sejam capazes de interagir com pessoas que não são portadoras
de deficiências, bem como com aqueles que são, e que tenham verdadeiros
amigos nos dois grupos;
b) que sejam capazes de trabalhar nos mesmos ambientes que aqueles
que não apresentam deficiências;
c) que sejam bem-vindos e participem em eventos e atividades
freqüentados por pessoas sem deficiências, sentindo-se confiantes e à vontade;
d) que vivam na moradia de sua escolha, conforme suas possibilidades
econômicas;
e) que sejam felizes.
A adolescência e a vida adulta da pessoa com síndrome de Down
• A adolescência é um período de transição que indica a finalização da infância e o início de uma etapa desconhecida da vida adulta. Mudanças
fundamentais ocorrem nas áreas física, mental e emocional.
• Embora a maioria dos jovens enfrentem bem a adolescência, este período também tem sido documentado como uma época de tumultos e difícil
ajustamento.
Para jovens com síndrome de Down, os desafios da adolescência se
intensificam. As mudanças físicas são, muitas vezes dramáticas, à medida que
estas crianças vivenciam um surto de crescimento e um despertar da sexualidade.
• Ao enfrentar as tarefas de se tornar independentes e da separação da
família, ainda sentem necessidade de proteção e orientação da unidade familiar.
• Assim, estabelece-se um conflito entre o desejo pela liberdade e independência por um lado e a necessidade de segurança e dependência do
outro.
• Quanto à sexualidade, é importante informar o jovem com síndrome de Down sobre as mudanças corporais que ocorrerão, para que ele possa conhecê-las antes de sua manifestação e ter condição de lidar com elas adequadamente.
• Quanto à emancipação social, todos os jovens com essa síndrome podem crescer e sair de casa. Entretanto, a maioria deles continuará provavelmente morando com suas próprias famílias.
Alguns deles, inclusive, conseguirão lugar em algum espaço do mercado de trabalho, evidentemente que com supervisão e acompanhamento.
• Por último, é importante destacar o direito de integração social da pessoa com Síndrome de Down.
• Em uma época em que se escuta falar com freqüência sobre a inclusão dos grupos minoritários na sociedade, também as pessoas com necessidades especiais devem ter seus espaços sociais construídos e defendidos.
• Assim, todos os sujeitos implicados são chamados a realizar esta tarefa:
as próprias pessoas com síndrome de Down, seus familiares, os educadores, os empresários e os gestores do poder público.
Quanto ao inalienável direito que têm de participação plena na vida da sociedade, não há dúvida. É responsabilidade da sociedade como um todo colaborar para que as pessoas com síndrome de Down possam escolarizar-se o mais plenamente possível e caminhar rumo a uma autonomia significativa.
Assim, a boa educação oferece uma combinação de habilidades básicas e especializadas.
• Para proporcionar este tipo de educação para crianças com síndrome de Down, os educadores devem conhecer os desafios e problemas que essas crianças enfrentam, e como se responde melhor a tais desafios.
• O que favorece a qualidade de vida na sociedade adulta?
Os pais de crianças com síndrome de Down estão evidentemente preocupados com o futuro de seus filhos.
• Os seguintes objetivos resumem aquilo que os pais desejam na educação de seus filhos:
a) que sejam capazes de interagir com pessoas que não são portadoras
de deficiências, bem como com aqueles que são, e que tenham verdadeiros
amigos nos dois grupos;
b) que sejam capazes de trabalhar nos mesmos ambientes que aqueles
que não apresentam deficiências;
c) que sejam bem-vindos e participem em eventos e atividades
freqüentados por pessoas sem deficiências, sentindo-se confiantes e à vontade;
d) que vivam na moradia de sua escolha, conforme suas possibilidades
econômicas;
e) que sejam felizes.
A adolescência e a vida adulta da pessoa com síndrome de Down
• A adolescência é um período de transição que indica a finalização da infância e o início de uma etapa desconhecida da vida adulta. Mudanças
fundamentais ocorrem nas áreas física, mental e emocional.
• Embora a maioria dos jovens enfrentem bem a adolescência, este período também tem sido documentado como uma época de tumultos e difícil
ajustamento.
Para jovens com síndrome de Down, os desafios da adolescência se
intensificam. As mudanças físicas são, muitas vezes dramáticas, à medida que
estas crianças vivenciam um surto de crescimento e um despertar da sexualidade.
• Ao enfrentar as tarefas de se tornar independentes e da separação da
família, ainda sentem necessidade de proteção e orientação da unidade familiar.
• Assim, estabelece-se um conflito entre o desejo pela liberdade e independência por um lado e a necessidade de segurança e dependência do
outro.
• Quanto à sexualidade, é importante informar o jovem com síndrome de Down sobre as mudanças corporais que ocorrerão, para que ele possa conhecê-las antes de sua manifestação e ter condição de lidar com elas adequadamente.
• Quanto à emancipação social, todos os jovens com essa síndrome podem crescer e sair de casa. Entretanto, a maioria deles continuará provavelmente morando com suas próprias famílias.
Alguns deles, inclusive, conseguirão lugar em algum espaço do mercado de trabalho, evidentemente que com supervisão e acompanhamento.
• Por último, é importante destacar o direito de integração social da pessoa com Síndrome de Down.
• Em uma época em que se escuta falar com freqüência sobre a inclusão dos grupos minoritários na sociedade, também as pessoas com necessidades especiais devem ter seus espaços sociais construídos e defendidos.
• Assim, todos os sujeitos implicados são chamados a realizar esta tarefa:
as próprias pessoas com síndrome de Down, seus familiares, os educadores, os empresários e os gestores do poder público.
Quanto ao inalienável direito que têm de participação plena na vida da sociedade, não há dúvida. É responsabilidade da sociedade como um todo colaborar para que as pessoas com síndrome de Down possam escolarizar-se o mais plenamente possível e caminhar rumo a uma autonomia significativa.
5 de abril de 2010 às 15:43
Parabens...
otimo o seu blog!